sexta-feira, 30 de dezembro de 2005

LAFAYETTE E OS TREMENDÕES

"Eu sou terrível, e é bom parar!"

Não tem coisa no mundo que eu tenha tanto preconceito quanto a Jovem Guarda. Bicho, eu não gosto, mora?! (rsrs!!)
Na verdade, eu sofro do mesmo mal de todos os seres humanos. Racionalmente, eu não gosto porque musicalmente é muito ruim: as canções, a melodia, tudo parece ter saído de algum filme B de Ed Wood. Emocionalmente, eu ouço Roberto Carlos desde quando me entendo por gente ( e de vez em quando, ainda me permito a assistir uns 30 minutos do famoso especial Roberto Carlos) e, claro, conheço todas as grandes 'canções do Rei'. Não dá pra evitar!
Mas daí a achar a Wanderléa, Erasmo Carlos, Jerry Adriani e afins interessantes... é pedir um milagre muito grande a Deus e eu sou uma pecadora muito costumaz, pra receber tanta graça assim!
Depois de tudo isso, vem uma pergunta clássica: Se eu acho as músicas ruins, o que diabos eu fui fazer num show do Lafayette e os Tremendões??
Amizade.... e curiosidade!!!
Imagine seis músicos cariocas que têm suas respectivas bandas de rock e estão muito bem, obrigada.
Imagine agora, um tecladista (com cara de personagem da Disney) que compôs vários sucessos da Jovem Guarda.
Imaginou?!?
Agora, cruze as duas imagens e coloque nos músicos umas roupinhas preto-e-branco, algum gel no cabelo e os coloque pra tocar pérolas como "Você Não Serve pra Mim", "Detalhes", "Ciúme de Você", "Gatinha Manhosa", entre outros.
Conseguiu?!?!
Então você acaba de ver Lafayette e os Tremendões!!
"- "No princípio pensavamos em montar uma super banda que tocasse somente os grandes hits do Rei Roberto Carlos. Porém a medida em que o tempo foi passando, fomos crescendo espiritualmente e a tendência foi expandir os horizontes buscando novas fontes de inspiração. Começamos então a incluir no repertório canções de Erasmo, Wanderléia, músicas francesas e italianas dos anos 60. A partir deste momento partimos em busca de um sonho: conseguir que o grandississimo mago dos teclados, o rei do Hammond, o gigante dos arpejos, tocasse conosco em nossas empreitadas. E eis que o sonho se tornou realidade. Hoje temos a honra de dividir os palcos e as emoções com nada mais nada menos que.... LAFAYETTE." _ texto carinhosamente chupado da comunidade dos caras no Orkut http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=494188
O grupo formado por Lafayette, Gabriel (Autoramas), Renato (Canastra e Acabou La Tequila), Nervoso (Nervoso e Acabou La Tequila), Melvin (Carbona), Marcelo (Canastra e Os Outros) e Erika Martins tem uma particularidade: eles cantam tão desafinados quanto seus ídolos da Jovem Guarda (rsrs) e, com todos os arranjos originais, fazem um show onde todo mundo pode soltar sua porção Ternurinha sem medo de ser feliz!
Afinal de contas, se não for pra se divertir e pagar mico, o que você vai fazer num show desses?!?!
O show de quarta foi no Teatro Odisséia http://www.teatroodisseia.com.br e a casa estava completamente lotada! Foi o lançamento do compacto em vinil _ Você não está lendo coisas.... os caras lançaram um single na boa e velha bolachinha! Um daqueles compactos que nossas mães e nós ouvíamos tanto _ da música "O Pão Duro", escrita por Getúlio Cortes _ autor de clássicos como "Negro Gato", "O Sósia" e "Pega Ladrão" _ especialmente para Os Tremendões.
Tenho que assumir algumas coisas agora:
1) Sim! Eu adorei o show!
2) Sim! Eu vou voltar na quarta que vem, para vê-los!
3) Não! Eu não reconheci de cara ninguém da banda... Nem o pobre do Melvin, baixista do Carbona, com quem eu falo via Orkut!
4) O Gabriel estva num modelo Elvis que putaquepariu!!! Gel no topete!!
5) Meu Deus!!! O Nervoso está muito gostoso com aquele cabelinho preto e cavanhaque!! E eu posso falar a vontade, porque não é puxação de saco....
"Por favor, pare agora! Senhor Juiz, pare agora!"

quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

YOU'RE SPEAKING MY LANGUAGE

"You're speaking my language".


Foi assim que me apaixonei por Juliette & The Licks.
Isso mesmo!
A personificação da ninfeta alucinada mais famosa de Hollywood agora tem uma banda e pasmem! Punk rock com apresentações enlouquecidas e clipes que parecem ter saído de uma onda de pó às três da manhã. Paranóia, perseguição, aflição com uma cozinha de primeiríssima qualidade.

Singer: Juliette Lewis
Drums: Jason Morris
Bass: Paul Ill (Aerosmith, Pink, Melissa Ethridge)
Rhythm Guitar: Todd Morse (H20)
Lead Guitar: Kemble Walters (The Rise/Vise Versa)

Como Juliette se tornou cantora de banda punk?!?!
Juliette já gravava algumas músicas ou (participava) das trilhas dos filmes que ela participava, como foi em "Assassinos por Natureza".

De tanto frequentar bares e shows de punk, ela resolveu aceitar o convite de um maluco que a convidou pra dar uma palhinha já que ela conhecia todo o repertório. E ela subiu no palquinho e cantou a noite toda! Daí pra formar a banda, foi um passo muito mais curto do que pensavam e, em menos de quatro meses, ela mesmo já se aventurava nos palcos.
E agora, ela concilia Hollywood com os shows.. E tem funcionado, já que em 2005, ela filmou ou começou a filmar 05 longas metragens...
Putaquepariu!!!

Agora, depois de assistir a "Kalifornia", "Assassinos por Natureza" e "Cabo do Medo", aumente o som no último volume e curta muito essa mulher de 32 anos, com corpinho de 25 (porque ela tá gostosa pra caralho nessa fase punk rock!!) alucinada com um microfone nas mãos!!!

You’re Speaking My Language
I know you think you know me better than that *
I beat your dog cause he hit on my cat * I wipe my face off and give your kisses back baby * All the boys and all the girls quit your drugs * Shake it up * Rule the world * I wanna feed you like a bunch of baby birds * Punch your mind make sure that you heard * Another reckless little… * You think you’re winning when you’re winning to loose * Keep your trigger loaded while you’re rockin’ and rollin’ * All night * You’re speaking my language * You’re speaking my language * You’re speaking my language * Keep the pinball rolling





ACUSTIKA, RHUNA E MOPTOP - O SEGUNDO DIA

Depois dos panetones, rabanadas, chesters e fios de ovos, chegou a segunda-feira, a ressaca e a culpa pelos excessos. E o Rock Hour, na Melt.
Eu realmente acreditei que estaria vazio, mas me enganei... Estava mais cheio que na estréia.
E a galera pós Natal esperava ver os shows da Acustika, Rhuna e Moptop.

ACUSTIKA
http://www.acustika.com.br

Elas são lindas, têm pinta de roqueiras e são a mais recente contratação do T-Rec, com lançamento do CD em abril ou março ou quando Deus quiser (como disse a própria vocalista).
Sob o olhar atento e os cuidados de Roberto Lly, o show começou já trazendo três composições das meninas, logo de cara.

O fã-clube, armado de camisetas e garganta, foi ao delírio! Com as letras na ponta da língua, elas deram uma recepção calorosa ao grupo que só empolgou os "normais" mesmo depois da quarta música: "The Final Countdown".
Não estou dizendo que o show estava ruim, longe disso. Elas realmente tocam e cantam muito bem.
A batera é dukaralho!! Putaquepariu!!! A mulher toca melhor que muito homem que eu conheço... Ainda tem violino, gaita e sei-lá-mais-o-que nos arranjos feitos por elas.. Um bom diferencial, mas nada que mude nossas vidas.
Mas até a quarta música (detalhe de produça: na segunda os shows tiveram a duração média de 35 minutos / cada), o show estava restrito a quem as conhecia do Downtown ou dos shows... Os curiosos que estavam ali, ainda estavam vendo uma "banda de mulher", que por mais, que seja conhecida, ainda não disse muita coisa.
Depois, do primeiro cover, o show engrenou e não teve viva alma pra dizer que foi ruim...

Só a última música foi o ápice do rock mela-cueca.... "Não sei dormir sem sonhar com você" é exagero, não acham?!? Aliás, pra quem, como eu, conheceu a banda ainda como Pancake, vai achar muito estranho o CD autoral das meninas... Todas as músicas falam de alguém... ou 'como sou foda por ter te superado', ou 'minha vida está uma merda, volta', ou 'sou mais importante que você'.
Elas poderiam ser dukaralho... Quem sabe...

RHUNA
http://www.rhuna.com.br

Se você gostar de muito barulho e letras ruins, seja bem vindo! Você conhecerá a Rhuna!!
Caralho! Será que ninguém podia fazer a caridade de dizer que as letras são ruins?!?!
Musicalmente, a banda é boa e não estou sendo irônica, nem debochada. Rock mesmo. Tudo ligado pra fuder os ouvidos dos mais conservadores... Do tipo de som que faz a gente ter vontade de abrir uma roda no meio da pista, mas é só prestar atenção em mais de dois versos de qualquer música que brocha.

E não fui a única a perceber isso. Erá só olhar o segundo andar da Mell quando eles estavam lá... Com um pouco de esforço, dava pra contar o público que estava parado, imóvel. Irritantemente, imóvel, vendo o show.
Tá achando exagero?! Dá uma lida...

SINAL DA PARANÓIA
(Pedrão/Cimara)
Essa obsessão de chegar...
O terror de não vir a ser o que se pensa...
Esse eterno pensar nas coisas eternas
Que não duram mais que um dia
Que não duram mais que um dia
A tortura à procura da essência
O barulho aterroriza, tranca, lacra o peito
Sinal da paranóia, Sinal da paranóia, Sinal da paranóia
Sinal da paranóia, Sinal da paranóia, Sinal da paranóia

Que merda é essa?!?!?!


MOPTOP
http://www.moptop.com.br

"Somos garotos legais e bonitos que gostam de rock e tocamos bem pra caralho" Só faltou alguém falar isso para legitimar as camisetas e jeans surrados, os cabelos cuidadosamente despenteados, o jeito de se colocar no palco e os covers de Strokes e Kings of Leon.
E eles são muito bons sim!!
Lolitas de plantão, aproximem-se: eles são novinhos, têm muita estrada pra correr, e seguem assumidamente a cartilha dos ingleses, sem o menor receio de errar. Talvez, por isso, o show seja tão gostoso!
Aliás, "Molly's Chambers" foi tocada perfeitamente bem...
Uma curiosidade: o site dos caras vale a visita... bem bolado.. simula uma espécie de ilha, com mixer, televisão e outros do gênero.

terça-feira, 20 de dezembro de 2005

E FOI DADA A LARGADA PARA MAIS UM ROCK HOUR!!

Começando pelo rock com uma noite de shows e um som não tão novo assim, mas que descobri hoje às quatro e porrada da manhã.


Rock Hour - Melt - Rio de Janeiro
O reduto das patys saradas e bronzeadas da Zona Sul e gringos desavisados, sediará até meados de fevereiro a segunda edição do projeto Rock Hour, capitaniado por Roberto Lly e sua T-Rec ( http://www.t-rec.com.br ). A primeira rolou em outubro, mas sua cara interlocutora não foi a um só dia.
Com a proposta de apresentar (sic!!!) bandas novas (?!) ao público carioca, o projeto assume as noites de segunda-feira na cidade maravilhosa em pleno Leblon!
E a noite de hoje (a primeira oficial) começou com o bom e velho power trio!
CARBONA
Os caras estão juntos há oito anos no mercado independente, o que pode ser entendido de duas formas bem diferentes: a primeira, os caras têm uma sintonia dukaralho que os mantém melhor do que muito casamento por aí; a segunda, os caras são uma merda, porque depois de 8 anos ainda são indies. Nem uma, nem outra.
O Carbona tem muita estrada. Já fizeram show em tudo quanto foi lugar dessa cidade (em todos mesmo!) e já caiu no mundo, embora a grana não os tenha levado muito longe. São músicos e não "uns-amigos-que-se-reuniram-pra-levar-um-som-e-formaram-uma-banda". Claro que eles fazem isso, mas não é SÓ isso.
Lançaram um CD cheio nesse ano, chamado "Cosmicômica", além de uma porrada de EPs e singles, incluindo o premiado "Taito Não Engole Fichas", de 2004.
Pra quem quiser se aventurar no maravilhoso mundo de Henrique (vocal e guitarra), Melvin (baixo) e Pedro (batera), o caminho se chama Trama Virtual, no link http://www.tramavirtual.com.br/artista.jsp?id=4869 (é exatamente isso que está aí e não reclama).
Lá vocês vai ouvir todas as músicas do grupo.
Comentário básico: é punk, sem rótulos. É clássico e pronto!
No show, você pode ter a impressão que é a mesma música do início ao fim, ou seja, pra que mudar muito os acordes se assim funciona! E funciona mesmo! Segundo Melvin, "dá até pra dançar"... Não acredito que seja essa a melhor expressão, mas o Carbona vale cada centavo gasto da entrada a cerveja. Rock bem tocado por três caras que fazem sucesso entre as menininhas e as groupies, divertidos e que cantam bem (no estilo punk, não se esqueçam!)!
Sugestão para ouvir: Eu Acredito em Monstros, Fliperama e 1001 Doses (até você voltar...)
GEMINI
Duas coisas a serem declaradas:
1) O que que deu no Rafael para se enfiar nessa banda depois do Planet Hemp?!
2) Encontrei alguém que canta pior que a Bianca, do Leela (ECA!!): Bia Grabois!!
Putaquepariu!!! A banda estava muito ruim hoje (é melhor dizer "estava" - voto de confiança). A Bia completamente absorta num mundo que não era o mesmo de quem estava na Melt, cantando desafinado e com uma expressão de quem "segura o pau com cara de nojo".
E ainda vai se comparar com Pixies e Sonic Youth (tá no release no site do Rock Hour)?!!?! Não fode....
REVERSE
Atualmente, os meninos do Reverse estão assumindo sua posição de queridinhos do carioca.
Rock que me lembrou um dos primeiros shows dos Los Herrmanos que vi aqui no Rio, junto com uma banda chamada Brasov _ alguém sabe se esses caras ainda estão vivos?! _ em 2000 /2001.
Letras bem escritas, belos arranjos. Alguma engenhosidade, mas nenhum tipo de delírio by Kassin. Fã-clube devotado e coro nas principais músicas no show de hoje. Além de fãs ilustres como Rodrigo Sabatinelli, do International Magazine e afins.
Ponto positivo do Reverse: eles estão exatamente na lacuna deixada pelos Loser quando deixaram o rock para aventurar-se na MPB ou seja lá o que for que eles façam no momento (a melhor definição do último cd ouvida por mim até agora: "cd de maconheiro, feito por maconheiro e para ouvir depois de fumar muito: só assim pra embarcar destemido nos delírios") e isso pode garantir sucesso fácil.
Ponto negativo: todo mundo vai chegar a essa comparação, querendo ou não.
Para ouvir de bobeira: O Dia em que Você seria Eu e Open House.
As músicas estão no site para download! Aconselho começar por Open House _ arranjo dukaralho!

SEX & DRUGS & ROCK N' ROLL

Sexo, drogas e roquenrol. Exatamente isso e mais nada.
As melhores fotos de sacanagem que estão na rede, os vídeos. As novas bandas ou as mesmas de todos os dias.
Críticas, falta do que fazer, comparações. Algumas escrotas, outras mais sutis...
Fotos de shows...
Copilação, colagem, destruição. Dadaismo!!
Viva Tristan Tzara!
Viva o roquenrol!
Viva a putaria!