quarta-feira, 20 de setembro de 2006

SINCERAMENTE

Engraçado... eu saí de uma tempestade que durou muito mais que alguns dias. Demorei seis longos meses pra me sentir de bem comigo, antes de voltar ao mundo dos vivos! E nem bem, voltei ao mundo, entrei em outra chuva.
Estou molhada dos pés a cabeça! E incrivelmente feliz por isso!!!

Se minha vida tem uma trilha sonora, "SINCERAMENTE", do Cachorro Grande é o tema dessa história!


Sinceramente você pode se abrir comigo
Honestamente eu só quero te dizer
Que eu acertei o pulo quando te encontrei
Acertei
Eu sei a palavra que você deseja escutar
Você é o segredo que eu vou desvendar
Você acertou o pulo quando me encontrou
Acertou o pulo quando me encontrou
E então o nosso mundo girou
Você ficou e a noite veio
Nos trazer a escuridão
E aí então
Eu abri meu coração
Por que nada é em vão
Gostei do seu charme e do seu groove
Gostei do jeito como rola com você
Gostei do seu papo e do seu perfume
Gostei do jeito como eu rolo com você

domingo, 3 de setembro de 2006

"JESUS MORREU PELOS PECADOS DOS OUTROS, NÃO PELOS MEUS"

Impossível de conter...
Estava eu procurando informações sobre o TIM Festival 2006 e me deparei com o site da UOL, que traz um fotoblog com algumas das atrações que vão rolar em outubro, aqui na Cidade Maravilhosa...
E para minha surpresa.... PATTI SMITH!!!
Putz! Eu virei gente ouvindo o LP "Horses"... Isso mesmo, meninos e meninas... LP! O primeiro Lp dela, lançado em 1975 _ cinco aninhos antes do acontecimento mais esperado do século: meu nascimento!! _ "Horses", foi a maior sensação nos Estados Unidos... Antes de ser cantora, Patti fazia sucesso entre a turma beatnik declamando poemas que encantaram ninguém mais que Bob Dylan...
Com músicas cruas e apresentações que remetem a um grande transe hipnótico, Patti lançou 10 álbuns em 30 anos de carreira.
Suas ausências, geralmente enquanto trabalhava apenas com suas poesias, a tornaram um ser mítico e de emoção inigualável...


Discografia!
"Horses" (1975)
"Radio Ethiopia" (1976)
"Easter" (1978)
"Wave" (1979)
"Dream of Life" (1988)
"Gone Again" (1996)
"Peace and Noise" (1997)
"Gung Ho" (2000)
"Trampin'" (2004)


Pra ouvir enquanto lê esse post... "Gloria", a faixa de abertura do LP "Horses" e que dá o título do texto...

sábado, 2 de setembro de 2006

POLÍCIA PARA QUEM PRECISA... E QUEM PRECISA DE POLÍCIA?

Violência.
O que significa isso pra você que está sentado aí, em frente a seu computador?
Significa ter medo de sair à noite sem rumo certo, pela cidade?
Significa andar desconfiado do cara que está na sua frente?
Ou esconder dinheiro, celular e outras coisas de valor embaixo do banco do carro, sem a frente do rádio, é claro?
É ter medo de passar perto de um morro e ser mais um na estatística?
Ou existe mais alguma coisa?
Nós temos medo da violência real, essa que pressiona, ataca, fere e mata. A violência dos filmes de mocinho-e-bandido. Das balas perdidas e invasões televisionadas. Temos medo da violência palpável, que pode nos atingir diretamente e tirar algo de nós. Seja dinheiro, dignidade ou orgulho.
Esquecemos da violência moral. Que tira nossa capacidade de discernimento, de ter respeito pelo outro. A violência surda que invade nossas televisões, rádios e computadores. E que nos robotiza e aliena.
Essa violência passa por nós todos os dias.
Quando damos uma moeda de r$ 0,25 que estava perdida no bolso da calça para uma criança no sinal. Ou fazemos para aliviar a consciência, "fazendo nossa parte", ou damos a recomendação hipócrita que é "pra comprar comida, hein!". Quem compra alguma "comida" com r$ 0,25? Um pão francês custa mais do que isso em alguns bairros do Rio.
Mas isso não importa. Dar essa esmola ( e não há outra definição pra essa atitude) significa estar isenta de responsabilidade sobre aquela criança e poder culpar o Governo e Deus por aquela situação ingrata. Hipocrisia disfarçada de caridade.
Violência é assistir 50 minutos de mentiras, promessas e descaso. Pessoas que serão eleitas no dia 01 de outubro com a missão de defender nossos direitos de cidadão e, após a posse, buscarão sua própria promoção e estabilização, retornando às promessas daqui a 4 longos anos.
Essa é a violência que aliena. Que diz que "não importa em qual votar: todos são iguais mesmo". É apatia e resignação, criando motivos para discussões inflamadas em bares e calçadas sobre o futuro do país e como somos "o país do futuro". Um futuro prometido desde os tempos de Cabral e que, a cada dia que passa, está mais e mais distante.
Promessas e favores. Humilhação e exploração da maior parte da população brasileira que precisa (e não tem! ) das condições mínimas para sobrevivência e que veêm nos políticos, chances de dias melhores.
Violência é ser corrupto no dia-a-dia O famoso "jeitinho brasileiro", que está longe da camaradagem nacional e muito mais perto da cultura da impunidade. É o policial da blitz das três da manhã. É o flanelinha da rua em Copacabana. É o segurança da boate. Violência dos pequenos poderes e do dinheiro fácil.
Violência é falta de respeito. Agressão moral e verbal. É ofender e mentir sobre si mesmo ou sobre outros por prazer e raiva.
Violência é ignorar o outro. Fazer de conta que não o vê, tranformando pessoas, suas dores e alegrias em números e formas indefinidas.
Violência não é mais uma ação e sim, a falta dela.
Não remete apenas a armas, gritos e correria. Fala de coisas da rotina diária. Fala de miséria, vergonha e uma raiva surda.
Fala de coisas que aprendemos a criticar nos outros, nunca em nós mesmo.
Fala da ausência de educação moral e principalmente, ética.
E é essa violência que não acaba, nem com toda ação policial ou as forças armadas. Nem com todas as promessas e milagres.
Essa é a violência que devemos temer: nossa insignificância como cidadãos. Nossa indiferença com seres humanos.