sexta-feira, 2 de março de 2007

-- SHIBARI --



A história do Shibari começa com ilustrações da arte conhecida como Hojojutsu. Esta arte marcial era praticada por Samurais, onde essas artes eram praticadas nos campos de guerra e resumia na captura e detenção do inimigo o mais rápido possível, usando as cordas.


Em meados do século 17, Tokugawa Ieyasu (1542-1616) tornou-se o homem mais poderoso do Japão e durante seu governo existiam quatro formas de tortura muito comuns: chicotadas, pressão em partes do corpo do prisioneiro com rochas pesadas, restrição de movimentos e suspensão por cordas. Essas últimas eram utilizadas para causar má circulação, imobilização e posições humilhantes para os prisioneiros.


Dentro desta técnica, eram usados diferentes tipos e cores de corda para identificar o tipo de crime que o prisioneiro cometeu e a que classe social pertencia. As últimas imagens descritivas das antigas técnicas do Hobaku-Jutsu foram encontradas no Castelo Matsumoto, onde as cruéis e violentas técnicas começaram a ser aplicadas eventualmente para propósitos estéticos e sexuais.



Amarrações do Hojojutsu
No fim do período Edo, surgiu a primeira ilustração onde o Hobaku-Jutsu era usado para fins sexuais. Foi uma época em que o Japão começou a abrir as portas para o mundo e os conceitos do ocidente alcançaram a nação. Daquela época em diante, estes métodos de tortura continuaram sendo usados, mas para causar prazer, beleza e sensualidade. A corda era um símbolo de poder e controle sobre as mulheres, dentro das fantasias sexuais.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os japoneses tiveram estreitos contatos com os alemães e aprenderam vários conceitos sobre o sadomasoquismo do ocidente e o legado do Marquês de Sade. Tudo isso foi acrescentado às suas antigas técnicas de tortura e o conceito de estética, beleza e sensualidade da arte, que hoje conhecemos como Shibari, havia começado.

Em 1960, a popularidade do Shibari cresceu, a ponto de serem criadas sessões especiais em teatros. Em Tokyo, as pessoas compravam ingressos para assistir um Mestre amarrar sua dorei (escrava). O Mestre podia até escolher uma garota da platéia, despí-la, amarrá-la, suspendê-la e torturá-la sexualmente, na frente de todos.

Até os dias de hoje é uma arte apreciada por muitos, e uma das mais belas do cenário BDSM.

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