DE OLHOS BEM ABERTOS...

Ruas do Leblon!

Prédios gradeados com janelas iluminadas tendo na frente pedras e mar. E carros. E pessoas.

Aquele que nunca enlouqueceu diante do mar que atire a primeira pedra!

Aninhada num colo, escondida em escadas, num redemoinho de mãos, bocas, línguas e palavras. O desejo de ter mais. O calor. Uma fome que não acaba, só aumenta e aumenta e aumenta...

Um casal no carro. Saudades. Desejo. Loucuras de primeiro encontro. Mãos que se procuram. Bocas que se medem, querendo que o tempo pare. Que o mundo e seu vai e vem de carros e faróis pare de repente e para todo o sempre.

Loucuras.

Ritmo que aumenta mais e mais... Tentando estar alheio ao mundo e ainda assim, com olhos buscando outros curiosos.

E quando o fogo enfim se abranda e a respiração se acalma, é possivel ver através o vidro embaçado, pessoas andando e um outro casal sentado na praia.

Encontros.

Desencontros.

Impulsos de casais.

Permissões dadas sem perguntas.

São quatro bocas, agora. Buscando seus pares, num misto de curiosidade e surpresa.

Olhares cúmplices.

Palavras susurradas.

Gemidos involuntários.

Indecisão.

Timidez.

Calor.

Ação e Reação.

Roupas que se abrem. Saem do corpo.

Promessas.

Sentidos aguçados.

Pele sensível.

Suor.

Mais e mais curiosidade.

Uma torrente de pensamentos tão enlouquecida que nada parece importar. Nem as luzes coloridas ao lado.

Risos.

Sons e cheiros e vozes.

E quando o espaço dos bancos parece diminuir mais a cada instante, a necessidade faz tudo parar por um instante e o vento frio do mar leva dois corpos a procurarem outro lugar em outro mundo.

Momentos para guardar nas lembranças.

Fetiches.

Segredos guardados pela doce paisagem de um Leblon tranquilo, com seus carros e luzes e olhos curiosos!